ATENÇÃO PAIS!


Este texto foi publicado em um grupo fechado de uma escola no facebook.
Todo pai, mãe, vô, vó, tem que ler. Por isso compartilhamos e divulgamos ele aqui.
Segue o grito de uma mãe. Escutem. Reflitam.


"CAMPOS CHRISTI...OQUE VÍ....PAIS VAMOS REFLETIR?

Queria dizer a todos o que presenciei em Campos de Jordão neste Corpus Christi....
Antes gostaria de dar uma referencia sobre mim... Somos de classe média alta, sou separada,...e talvez também por esta razão...fui eleita para ser a adulta responsável por um grupo de 6 meninas de 14 anos (incluindo a minha filha) que queriam viajar para Campos de Jordão e que estavam se organizando entre elas, para viabilizar a viagem. Lisonjeada fiquei e ...Aceitei.
Passei a ajuda-las na escolha de um hotel bem localizado e junto aos pais para que autorizassem a viabilidade da viagem, pois achei totalmente salutar, a iniciativa das nossas “mocinhas”.
O combinado é que não haveria baladas, seria um passeio diurno e noites no centrinho, nossas meninas são super tranquilas!...Mas....Por precaução, traçamos algumas diretrizes prévias, todas andariam em grupo, com celular e não sairiam em hipótese alguma do roteiro combinado... Optei por não ir com nenhuma amiga, pois além da responsabilidade assumida junto aos outros pais, queria descansar e não achei conveniente empatar outra pessoa dentro da programação de ficar em função das meninas. Então, sabia que estaria sozinha e com a possibilidade de encontrar amigos meus por lá...
Como as meninas estão na fase de transição para a adolescência, um pouco de liberdade seria interessante, mas, por ser novidade, eu também não sabia muito bem como lidar, mas sabia que tentaria ao máximo, ficar por perto sem ser invasiva.

Bem, na primeira noite, às 20:00h fomos jantar no centrinho e logo de início, minha primeira impressão foi: Achei o máximo!... Um lugar aparentemente seguro com a concentração de todos os adolescentes da faixa etária delas...Imaginei ...Que prático! Não teria com o que me preocupar, lamentei, deveria ter trazido companhia!
Como sou estressada! Que bobagem!!!
Fomos jantar e após nos separamos e fui dar uma volta sozinha no centro...às 23:00 fui encontra-las na praça da marquise, onde elas me disseram que estariam e o que ví...
Ao chegar já notei algumas coisas que me incomodaram...
...Meninas com salto 25, sem meias e vestidas com mini saias no “C”.(Desculpem, mas não tem outra palavra!) Então; Pensei comigo...AH! Se eu fosse mãe delas...Como os valores estão hoje... Será que sou muito careta?...Mas sei que não sou...Tudo bem, minha filha mesmo, já quis usar estes saltões e me calei para não ser a chata, nós pais, as vezes temos também que acompanhar a “onda” e não brigar por algo sem importância, e para a minha sorte, é que ela mal conseguiu andar e ela mesma admitiu e disse que só usaria estes saltos em festas, pois entram com os saltos e em ½ hora, estão todas com as havaianas nos pés...Bom, vamos deixar este “comment” a parte, porque o que se seguiu foi...

Meninos de 13 anos alcoolizados...Meninas vomitando, caindo no chão...Mas o cúmulo foi quando eu vi meninos de 11 anos carregando garrafas de vodca embaixo do braço para cima e para baixo sem ninguém contestar nada...Era generalizado... Sabe aquele filme...
CIDADE DAS CRIANÇAS...Na vila de Timpelbach, na França, as crianças afrontam os adultos e todas as formas de autoridade. Impotentes, os adultos decidem abandonar o local, deixando-os a imaginar que todos partiram numa viagem. Quando as crianças se dão conta de que não existe um só adulto na vila, eles tomam conta de tudo, fazendo suas próprias leis. Eu estava dentro do filme!!!

Comecei a observar...Conversei com os seguranças do shopping, que me informaram....Que é sempre assim em Campos neste feriado...que eles não tem o que fazer, os comerciantes vendem as bebidas, as vezes, um maior compra as bebidas e distribui, mas vi que não se tratava disto... As lojas vendiam indiscriminadamente as bebidas...
Será que elas não percebem que a longo prazo, estão acabando com o verdadeiro público de Campos ao fazer isto? Que são os país que com o poder aquisitivo, consomem efetivamente o ano todo e que podem optar por não mais frequentar Campos com seus filhos, por questões de segurança.
Minha filha com certeza, só vai para Campos se eu acompanhar e infelizmente da forma que fiz, como um cão de guarda fazendo a ronda.

Não, não tinha nenhum policiamento no local...E se tivesse, o que poderiam fazer? Questiono porque não sei...
Levar as crianças para a delegacia para depois liberar? Precisariam de vários ônibus...
Acionar todos os pais? Muitos nem estavam lá, estavam em São Paulo, porque estão confiando em seus filhos e em algum policiamento e fiscalização.
Acionar a fiscalização para multarem as lojas? Vi uma loja sendo multada, no sábado a noite, porque muito provavelmente algum pai os acionou ou provavelmente depois de chegar num limite incontestável de abuso. Gostaria que divulgassem os números e idades das entradas em hospital por coma alcoólica , por overdose, fora os que não foram medicados e não fazem parte das estatísticas.
Acionar o juizado?

Todo mundo que frequenta Campos, sabe que é notório este abuso dos jovens, porque o juizado não atua preventivamente em conjunto com a policia, vi que a assistência social existe e atua junto aos pais, depois da entrada em coma alcoólica dos jovens no hospital ou por uso de drogas pesadas, mas ela pode atuar antes deste resultado? E se pode, porque não está na origem...
Apreender de forma incontestável as bebidas em posse dos menores, patrulhamento preventivo, seriam medidas necessárias a serem tomadas COM URGENCIA, haveriam pais moderninhos emancipando os filhos, ok, ...direito, responsabilidade, consequência e problema deles...Mas repito, até mesmo as escolhas deles influem no bem estar de nossos filhos, portanto pensem com seriedade...Tenho certeza, de que a grande maioria seria a favor de algumas medidas precatórias e acho que a apreensão incontestável das bebidas seria totalmente benéfica a todos. Mas aí, tenho outra preocupação, a arrogância de nossos filhos, que talvez não respeitem nem a autoridade do pai, pois a mesma nunca foi exercida, e aí, poderíamos gerar um problema maior, portanto repito cabe somente a nós pais firmar compromisso, vou formar a LIGA DOS PAIS ATUANTES, rs,rs,rs...

Não tinha nenhum pai por perto...O discurso foi que os pais deixam os filhos no Centro e depois os pegam...e que muitas vezes nem imaginam oque acontece neste meio tempo ou por comodidade se esquivam de observar? Não se pode controlar tudo...Faz parte da adolescência... Mas será que está adolescência não está muito precoce... nós tivemos adolescência e passamos por tudo isto, mas com 17-18 anos e não com 13.

Os adolescentes de 17-18 anos, segundo me informaram, não frequentam mais o centro, a onda é evoluiu para as baladas nas boates ou “raves” com venda de ingressos fechadas, aí vocês podem imaginar... Fica bem pior, porque não é só mais bebida... Isto eles já fizeram com 13 anos, já perdeu a graça, o que rola são os pesados e também os sintéticos...
No meu hotel, aconteceu... Um grupo de meninos de 15-16 anos... iniciando outra fase...quiseram experimentar algo novo e por desconhecer do que se tratava, um deles tomou uma over dose de cocaína com mistura e entrou em convulsão, aí descobri que existem assistentes sociais, porque o hotel foi contatado e chamou o pai que veio de São Paulo para acudir ao filho. E todos com família estruturada, bons colégios e dinheiro no bolso.
As crianças estão muito arrojadas e certas do que fazem, vi na atitude dos meninos, ...se acham tão livres para suas escolhas que nem se acanham, os pais confiam na educação individual de cada um, que se esquecem que dentro de um grupo eles são diferentes, no grupo ganham unidade, coragem e poder.

Vi meninas com os pais hospedados num chalé em meu hotel, recebendo meninos no quarto para passar a noite, e os pais entraram e saíram do hotel sem nem tomar conhecimento do que se passou. Fiquei me coçando para não me intrometer, apenas observei.
Estou incrédula com a que ponto chegamos. Esqueci de mencionar, no sábado também teve arrastão.

Então coloco outra questão:
Os pais acham que a culpa é das companhias dos filhos, que são más companhias,...mentira...estão todos no mesmo barco e com algumas exceções são todos crianças e despreparados se aventurando.

Não da para apontar o dedo, proibir e assunto resolvido... Não é assim. Não podemos colocar nossas crianças numa bolha. Vamos nos unir e participar efetivamente.
Se aventurar, é aceitável e normal, distinguir cabe a nós ensina-los e é agora!...Agora é a hora de agirmos...Questiono é a idade de inicialização, a facilidade que estamos permitindo, a frequência e por estarmos sendo tão indiferentes, a omissão fica com a ótica da liberalidade, modernidade, pai amigo, e é interpretada por eles como aceite genericamente, lógico que individualmente não, com o filho dos outros tudo bem, mas com o meu filhinho nunca, o meu filhinho é vitima... E quando acontece, o pai deixa de ser amigo para ser pai e pai austero. Assim não dá.
Campos para mim, foi uma experiência única, para que eu caísse na realidade e para a minha filha uma lição, acredito que minhas crianças saíram muito impressionadas com o que presenciaram e saíram de lá compreendendo a extensão de nossas preocupações e de suas limitações e novas responsabilidades, pois elas também não tinham ideia de como estão as coisas, oque serviu para algo positivo a nós ... Várias conversas pais e filhos, que até então achávamos que poderiam ser postergados para a idade apropriada.

Vamos participar, instruir e não delegar para a escola, as escolas em geral já fazem muito, ensinam, informam e esclarecem, mas limites, discernimento quem deve dar são os pais.
Ouvi de alguns pais que fumam maconha...então, que moral eu tenho para proibir? Meu Deus! Os pais tem idade para fazerem estas escolhas certas ou erradas, mas os filhos não tem maturidade e nem conhecimento para avaliar e cabe a eles zelar para que quando tiverem condições de decidir façam suas escolhas, mas não quando crianças... Até consigo entender, que um dia os jovens experimentem, por curiosidade, mas oque percebi é que a droga e o álcool estão incorporados que para eles é algo banal.

Olha eu sou fumante, viciada em cigarro, adoro fumar e ao mesmo tempo odeio, falo todos os dias isto para minha filha, digo que é um vicio e como todo o vicio ele me domina e não consigo parar, mas jamais admitiria que ela começasse, que ela entenda agora através de meus erros e também de meus acertos, se eu erro não dou o exemplo, não quer dizer que sou permissiva a que ela tb faça os meus erros, porque não tenho moral, tenho sim e muita, poderia fazer mais ... Parando de fumar e sendo um exemplo, mas ela sabe que tenho fraquezas, não sou perfeita,... sofro por não o ser e quero que ela entenda e falo com total propriedade e conhecimento de causa.

Estão deixando a responsabilidade a cargo deles...Por comodidade!
Meu Deus, será que estes pais não enxergam as consequências de seus atos?
Amanhã suas crianças migrarão para a cocaína, e aí? Oque estes pais tem em mente?...Aí viram caretas? Ou dividirão a droga também? Qual será o argumento? E estes pais não pensam que aí sim, seus filhos podem ser excluídos de um grupo? Não por conta das crianças, mas do tipo de pensamento dos país, qual é o limite, como eu como pai posso confiar? Será que não medem as consequências?

Ouvi de outra mãe, que a filha de 13 anos foi convidada para um fim de semana num sitio para pernoite em um aniversário e que num dado momento a mãe do aniversariante colocou uma garrafa de vodca na mesa e ofereceu as crianças, algumas crianças do grupo nem sabiam oque era e beberam, muitos passaram mal.
Não sei oque se passa com estes pais, mas algo está errado, não vamos ser hipócritas, nossas crianças estão bebendo e muiiito... Mas está atitude de fazer bagunça supervisionada, tb não é um tipo de educação das mais recomendadas, especialmente se os outros pais envolvidos e que confiaram seus filhos a esta mãe, não estiverem de acordo. Vamos reavaliar.

Droga é droga...natural ou sintética...não estou fazendo apologia, mesmo que a maconha seja liberada...Não se trata disto, mas do princípio de como as brechas são abertas. O álcool para mim parece-me muito mais emergencial do que a droga, ele é a porta de entrada, prevejo que estas crianças aos 15 estrão 50% nas drogas. Assustador.
Agora assustador mesmo, é ver como os pais estão distantes, ignorantes e ausentes!
E mais assustador é ver que com tantas campanhas, com esta situação tão explicita ocorrendo nos olhos de todos nada se faça para coibir.
Precisava escrever este texto, porque até agora estou incrédula e revoltada com o que vi."